Cadernos Junguianos – n° 8 – 2012

Sumário

Editorial
 5

Artigos

Processo de Enveredações ou a ‘Gã’ de Dizer Sim ao Mundo

Carlos Bernardi
 7

Corpo-imagem e Individuação – Reflexões sobre a Presença do Corpo na Clínica Junguiana

Humberto Oliveira
 16

O Fazer Alma na Improvisação em Dança

Aline Fiamenghi e Liliana Liviano Wahba
 39

Navegantes em Mares Gregos – Interface mito, inconsciente e loucura sob perspectiva junguiana

Helena Maria de A. Capelini e Roger Naji El-Khouri
 48

O Resgate do Mistério

Rubens Bragarnich
 68

Dando Nome aos Búfalos: ‘vendo através’ das imagens arquetípicas em pacientes borderline

Marcelo Niel
 74

Especial

Tributo a James Hillman

Paul Kugler
 80
Patricia Berry
 81
Robert Hinshaw
 82
Gustavo Barcellos
 86
Wolfgang Giegerich
 89

Resenhas

Um Método Perigoso (ou Um diretor Medroso)

Nelson Blecher
 109

Cenas do Arquétipo Fraterno

Silvia Graubart
 111

Animus de Ferro

Rubens Bragarnich
 100

Homenagem

Mario Jacoby (1925 – 2011)

Walter Boechat
 115
Orientações aos autores para publicação
 117

 

Processo de Enveredações ou a ‘Gã’ de Dizer Sim ao Mundo

Sinopse: Por meio de um deslocamento o conceito de processo de individuação é rebatizado e chamado de processo de enveredações. Com este termo o autor quer enfatizar a importância da abertura ao mundo das experiências, enquanto a neurose seria um fechamento, aceitando seus desvios, sua incompletude, sua ambivalência, sem cálculos precisos. Todas essas questões foram tecidas em diálogo intenso coma a obraGrande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa.

Corpo-imagem e Individuação – Reflexões sobre a Presença do Corpo na Clínica Junguiana

Sinopse: Este trabalho objetiva uma reflexão teórica sobre a participação do corpo em psicotwerapia no contexto de uma aproximação entre concepções da psicologia analítica e da psicoterapia somática. Procurando uma linguagem mais univoca para abordar essa ligação entre corpo e psique, o autor organiza, neste contexto, a noção de corpo-imagem-em-interação, uma compreensão mítico-corporal do processo de individuação. Descreve, aqui, algumas significativas contribuições da clínica junguiana do corpo e da psicoterapia somática. Alguns momentos clínicos são evocados, colocando em evidência as seguintes abordagens terapêuticas: fala, escrita, canto, narrativa e desenho; auto-massagem, autorretrato e poesia dos gestos; atuação do corpo-onírico, posturas e vivências ressonantes.

O Fazer Alma na Improvisação em Dança

Sinopse: Este artigo apresenta reflexões a cerca da experiência de improvisação em dança sob a perspectiva da alma proposta por James Hillman. Para o autor, alma não é uma substância, mas uma perspectiva, uma tarefa, a função de transformar eventos em experiências, a capacidade de reconhecer todas as realidades como fundamentalmente simbólicas ou metafóricas.

Navegantes em Mares Gregos – Interface mito, inconsciente e loucura sob perspectiva junguiana

Sinopse: Neste artigo, propõe-se percorrer trechos dos caminhos do humano, como é possivel aos humanos. A escolha prévia é recolher, num ato de reconhecimento, fragmentos da ordenação mitológica, que tornou possível ao humano nomear suas angústias e inquietações fundadas em mistérios das relações interno-externo; eu-tu; consciente-inconsciente. Esse primeiro ato é seguido pelo esforço de desenhar traços que permitam trazer à tona aspectos do sentido da interface mito e inconsciente, mito e loucura, assumindo um olhar junguiano. Obedecendo-se à logica desse olhar, a mitologia nas sociedades primitivas é compreendida em sua função religiosa e instrumento central de interpretação holística do mundo, em que o humano não é individualizado. Outra parte essencial para a elaboração deste texto são alguns aspectos do processo civilizatório grego. Nele a demarcação dos espaços dos deuses e o espaço do homem é notável. Nesse contexto instala-se a polarização entre razão e desrazão; consciente e inconsciente; deuses e homens. A transversalidade dos arquétipos também tem lugar nesta pesquisa. Como importante material para análise dessa complexa tematização, foram escolhidos mitos da Grécia arcaica, nomeadamente Prometeu, Orestes, Fedra e Medeia.

O Resgate do Mistério

Sinopse: O autor historia os avanços da psicologia analítica e depara-se com o resgate do mistério como elemento fundamental do paradigma junguiano, condição que diferencia essa abordagem dos demais modelos de psicologia. Observa que o mistério se expressa na lógica da compensação cultural dos modelos vigentes desde a Antiguidade até nossos dias de massificação consumista e hiperindividualismo. Discute a impossibilidade de eliminar o mistério sem que haja uma artificialização epistemológica que afasta o homem do funcionamento real da vida psicológica e cultural. Finalmente, conclui que a psique pode ser sondável, mas incomensurável.

Dando Nome aos Búfalos: ‘vendo através’ das imagens arquetípicas em pacientes borderline

Sinopse: O autor explora a relação com os conteúdos agressivos reprimidos de uma paciente borderline e o mito do Minotauro, como um símbolo arquetípico que surge durante o processo terapêutico, podendo-se, a partir daí, estabelecer um elo e uma possibilidade de transformação dos sintomas em elaboração consciente.

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