Machado de Assis: um sonho e outro sonho

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MACHADO DE ASSIS: UM SONHO E OUTRO SONHO

Teresinha V. Zimbrão da Silva

Graduada em Letras pela UERJ, PhD em Literatura pela Universidade de Newcastle (Inglaterra), Pós-Doutora em Literatura pela PUC-RJ, Professora Associada de Literatura Brasileira e do Mestrado e Doutorado em Estudos Literários da UFJF, Vice-Coordenadora do Mestrado e Doutorado em Estudos Literários da UFJF, Especialista em Psicologia Junguiana pelo IBMR-RJ.

 

INTRODUÇÃO

Esse artigo é parte de uma monografia orientada pelo Dr. Walter Boechat em 2006, no curso de especialização em Psicologia Junguiana do IBMR. Sua proposta é interdisciplinar: contribuir para a análise de obras literárias à luz da Psicologia Junguiana. As relações entre Literatura e Psicologia Analítica são discutidas por Jung em um conjunto de ensaios publicados em português sob o título, O Espírito na Arte e na Ciência (JUNG, O. C. vol XV). Nesses ensaios, Jung defende a interdisciplinaridade entre as duas áreas de conhecimento, espaço onde pretendemos nos situar. Jung diferencia então dois procedimentos distintos na criação da obra literária: o visionário e o psicológico. No primeiro, há presença predominante de conteúdos desconhecidos que parecem provir das profundezas do inconsciente, já, no segundo, estão presentes conteúdos que a consciência conhece ou pode pressentir.

Neste artigo, estudaremos um conto de Machado de Assis como exemplo de obra psicológica. Nise da Silveira já havia definido, de modo semelhante, a obra machadiana: “Na literatura brasileira vamos encontrar excelentes exemplos de obras psicológicas nos romances e contos de Machado de Assis”.(SILVEIRA,1977:139). Para Jung, é a obra visionária e não a psicológica que mais oferece possibilidades de interpretação ao psicólogo. Na obra psicológica, o autor antecipa a psicologia particular de seus personagens, sobra ao psicólogo pouco a acrescentar que o autor já não o tenha dito e muito melhor. Jung exemplifica: “O assim chamado romance psicológico (…) tem por assim dizer sua própria psicologia, que o psicólogo poderia, no máximo, completar ou criticar”. (JUNG, O. C. vol. XV §136).

Apesar de Jung desencorajar então o estudo de obras psicológicas, esse artigo pretende mostrar que a Psicologia Analítica pode acrescentar muito à leitura de Machado de Assis. O Bruxo do Cosme Velho é um autor conhecido pela produção de obras abertas à espera de um leitor que as complete. Em Machado de Assis, tudo está implícito, incluindo a própria psicologia. Nossa proposta, portanto, é estudar Machado de Assis à luz de conceitos junguianos e decidimos pelo seguinte recorte: trabalhar um tema a partir de um conto. Selecionamos o seguinte: Um Sonho e outro Sonho, publicado no jornal A Estação de 1892. A escolha desse conto tem sua razão de ser pelo fato dele ser representativo de um tema muito recorrente na obra machadiana, que é o sonho. Esse tema se oferece como muito apropriado para ser lido à luz dos conceitos junguianos.

No processo de individuação, os reconhecimentos da persona, da sombra, das projeções de anima ou animus correspondem à integração de aspectos parciais do psiquismo. A conscientização destes aspectos através do diálogo entre consciente e inconsciente conduz o indivíduo à auto-realização. O ser humano torna-se “Si mesmo”, um ser mais inteiro e total, integrado por consciente e inconsciente em seus aspectos claro e escuro, masculino e feminino, receptivo aos conselhos do self. Tal realização psíquica não é encontrada no percurso dos personagens machadianos, que, muito pelo contrário, são exemplares, sim, do processo de individuação não realizado, sobretudo interrompido por psicopatologias.

Em Um Sonho e Outro Sonho, consideraremos o sonho como uma parte importante da construção psicológica dos personagens machadianos. O texto é construído de um ponto de vista feminino e através de conceitos como animus, sombra e self, procuraremos interpretar os sonhos narrados no conto de modo a explicitar a psicologia da protagonista. Enfim, procuraremos mostrar que o tema selecionado, o sonho, tema dos mais recorrentes na obra machadiana – se oferece como muito apropriado para ser lido à luz de conceitos junguianos.

 

UM SONHO E OUTRO SONHO

Crês em sonhos? Há pessoas que os aceitam como a palavra do destino e da verdade. Outros há que os desprezam.

Uma terceira classe explica-os, atribuindo-os a causas naturais.

Machado de Assis

 

Genoveva, 24 anos, bonita, rica, viúva, há 3 anos, de um casamento que durara 3 anos. Recusara todos os pretendentes até então. É quando aparece o bacharel Oliveira para cortejá-la. Ela tem então um primeiro sonho onde o marido a faz jurar que não amará a outro homem. Genoveva reconhece que estava preste a amar Oliveira e decide lutar contra o sentimento nascente. Contudo, não consegue resistir por muito tempo e quando Oliveira lhe pede em casamento, ela aceita, apesar do juramento feito no sonho. Tem então um segundo sonho, onde o marido lhe cobra o cumprimento do juramento, profetizando que ela morrerá se casar com outro homem. Genoveva se casa com Oliveira e não morre.

 

Como mencionamos antes, partiremos do princípio de que os sonhos de Genoveva constituem uma parte importante da caracterização psicológica da personagem e tentaremos interpretá-los. Há ainda uma informação, não incluída nesse breve resumo do conto, que é também importante na construção da psicologia de Genoveva. Vamos a ela. No diálogo entre um pretendente e a mãe da viúva a respeito do casamento da filha, a mãe revela:

Viveram como dois noivos: o casamento foi até romanesco. Tinham lido não sei que romance, e aconteceu que a mesma linha da mesma página os impressionou igualmente… apaixonaram-se um pelo outro, como raras vezes vi”. (http://www.uol.com.br/Machadodeassis).

O conto foi publicado em 1892. O Romantismo no Brasil, a que se associa a descrição materna do casamento de Genoveva, já se finara. O narrador, em tom realista, comenta irônico: “A mãe exagerava no ponto de dizer que foi a frase do romance que ligou a filha ao marido: eles tinham naturalmente inclinação. A frase não fez mais que falar por eles. Nem por isso tira o romanesco de Genoveva e do finado Marcondes…” (http://www.uol.com.br/Machadodeassis).

E a respeito do finado, o narrador ainda acrescenta:

fizera versos aos 18 anos, e, aos vinte, um romance, A Bela do Sepulcro, cuja heroína era uma moça que, havendo perdido o esposo, ia passar os dias no cemitério, ao pé da sepultura dele. Um moço, que ia passar as tardes no mesmo cemitério, ao pé da sepultura da noiva, viu-a e admirou aquela constância póstuma, tão irmã da sua: ela o viu também, e a identidade da situação os fez amados um do outro. A viúva, porém, quando ele a pediu em casamento, negou-se e morreu oito dias depois… (http://www.uol.com.br/Machadodeassis).

O romance do finado constitui, de fato, um lugar comum do Romantismo. E o narrador conclui sentencioso: “A Bela do Sepulcro era ilegível… pecado literário…”. (http://www.uol.com.br/Machadodeassis). Notemos que Machado caracteriza, com ironia, o casal como “romanesco”, ou seja, contaminado pela concepção de amor romântico: um amor eterno que sobreviveria até a morte. É dentro desse contexto que devemos compreender os dois sonhos da viúva Genoveva.

 

Os Sonhos:

Primeiro Sonho:

Apareceu-lhe o marido, vestido de preto, como se enterrara. E pôs-lhe a mão na cabeça. Estavam em um lugar que não era bem sala nem bem rua, uma coisa intermédia, vaga, sem contornos definidos. O principal do sonho era o finado, cara pálida, mãos pálidas, olhos vivos, é certo, mas de uma tristeza de morte.

__Genoveva! Disse-lhe ele. Nhonhô! Murmurou ela.

__Para que me pertubas a vida da morte, o sono da eternidade?

__Como assim?

__Genoveva, tu esqueceste-me.

__Eu?

__Tu amas a outro.

Genoveva negou com a mão.

__Nem ousas falar, observou o defunto.

__Não, não amo, acudiu ela.

Nhonhô afastou-se um pouco, olhou para a antiga esposa, abanou a cabeça incredulamente, e cruzou os braços. Genoveva não podia fitá-lo.

__Levanta os olhos, Genoveva.

Genoveva obedeceu.

__Ainda me amas?

__Oh! Ainda! Exclamou Genoveva.

__Apesar de morto, esquecido dos homens, hóspede dos vermes?

__Apesar de tudo!

__Bem, Genoveva; não te quero forçar a nada, mas se é verdade que ainda me amas, não conspurques o teu amor com as carícias de outro homem.

__Sim.

__Juras?

__Juro.

O finado estendeu-lhe as mãos, e pegou nas dela; depois, enlaçando-a pela cintura, começou uma valsa rápida e lúgubre, giro de loucos, em que Genoveva não podia fitar nada. O espaço já não era sala, nem rua, nem sequer praça; era um campo que se alargava a cada giro dos dois, por modo que, quando estes pararam, Genoveva achou-se em uma vasta planície, semelhante a um mar sem praias; circulou os olhos, a terra pegava com o céu por todos os lados. Quis gritar; mas sentiu na boca a mão fria do marido que lhe dizia:

__Juras ainda?

__Juro, respondeu Genoveva.

Nhonhô tornou a pegar-lhe da cintura, a valsa recomeçou, com a mesma vertigem de giros, mas com fenômeno contrário, em relação ao espaço. O horizonte estreitou-se a mais e mais, até que eles se acharam numa simples sala, com este apêndice: uma eça e um caixão aberto. O defunto parou, trepou ao caixão, meteu-se nele, e fechou-o; antes de fechado, Genoveva viu a mão do defunto, que lhe dizia adeus. Soltou um grito e acordou.(http://www.uol.com.br/Machadodeassis).

 

Segundo Sonho:

Não era a valsa do outro sonho, posto que, ao longe, na penumbra, via uns contornos cinzentos de vultos que andavam à roda. Viu, porém o marido, a princípio severo, depois triste, perguntando-lhe como é que esquecera a promessa. Genoveva não respondeu nada; tinha a boca tapada por um carrasco, que era não menos que Oliveira.

__Responde Genoveva!

__Ah! Ah!

__Tu esqueceste tudo. Está condenada ao inferno!

Uma língua de fogo lambeu a parte do céu, que se conservava azul, porque todo o resto era um amontoado de nuvens carregadas de tempestade. Do meio delas saiu um vento furioso, que pegou da moça, do defunto marido e do noivo e os levou por uma estrada fora, estreita, lamacenta, cheia de cobras.

__O inferno! Sim! O inferno!

E o carrasco tapava-lhe a boca, e ela mal podia gemer uns gritos abafados.

__Ah! Ah!

Parou o vento, as cobras ergueram-se do chão e dispersaram-se no ar, entrando cada uma pelo céu dentro; algumas ficaram com a cauda de fora. Genoveva sentiu-se livre; desaparecera o carrasco, e o defunto esposo, de pé, pôs-lhe a mão na cabeça, e disse com voz profética:

__Morrerás se casares!

Desapareceu tudo: Genoveva acordou…

(http://www.uol.com.br/Machadodeassis).

 

INTERPRETAÇÃO DE SONHOS

Os sonhos, afirmo eu, comportam-se

como compensações da situação da consciência

 em determinado momento.

  1. G. Jung

 

Segundo Jung, a psique constitui um sistema de auto-regulação. O que falta de um lado motiva um excesso do outro. Sendo assim, a relação entre consciente e inconsciente é compensatória. Esta seria uma das regras mais comprovadas na interpretação dos sonhos. Jung então aconselha ao intérprete que faça a si mesmo a seguinte pergunta: qual a atitude consciente do sonhador que está sendo compensada pelo sonho?

No caso narrado no conto, a viúva Genoveva se recusa, romanescamente, a amar a outro homem. É esta atitude consciente que os seus sonhos vieram compensar. Contudo, sonhar com um finado marido que a convence a jurar-lhe amor eterno, parece antes reforçar e não compensar a sua atitude consciente. Contudo, lembremos do fato de que Jung alerta ao intérprete de sonhos, que os processos psíquicos compensatórios são de natureza quase sempre individual, o que dificulta, e muito, reconhecer seu caráter compensador. E ele exemplifica:

Com base na teoria da compensação, estaríamos mais inclinados a admitir, por exemplo, que um indivíduo com uma atitude exageradamente pessimista em face da vida tivesse sonhos serenos e otimistas. Mas esta expectativa não se verifica senão no caso de alguém cuja índole permite que ele seja estimulado e encorajado neste sentido. Mas se o seu temperamento for um tanto diferente, assumirão, conseqüentemente, uma feição mais negra ainda do que a atitude consciente. Eles seguem então o princípio de que similia similibus curantur [“As coisas semelhantes se curam com coisas de natureza semelhante”]. (JUNG, O. C. vol.VIII § 489).

Tal parece ser o caso narrado no conto. Afinal, apesar do juramento, no sonho, de não mais se casar, na vida real, Genoveva termina por se casar outra vez. O “semelhante” não reforça, e, sim, parece curar o “semelhante”. Pois vejamos.

O primeiro sonho tem como conseqüência imediata, a conscientização de Genoveva de seu amor por outro homem: “Examinando a consciência, reconheceu que estava prestes a amar Oliveira”.(http://www.uol.com.br/Machadodeassis). O sonho a torna consciente a respeito do sentimento reprimido e até então inconsciente: ilumina a sombra (no caso, os conteúdos censurados).

Notemos que o drama representado no sonho pode ser compreendido como partes do próprio sonhador. É o que Jung denomina de interpretação ao nível do sujeito. No conto, o marido personificaria a parte de Genoveva que a censura por estar amando a outro homem. Representa um animus (personificação masculina do inconsciente na mulher) negativo, responsável pela idéia obstinada da viúva, de fidelidade ao finado e à concepção romântica de amor eterno, obstinação que a afasta de um relacionamento com um outro homem e também da realidade. Se essa fantasia romanesca persistir, Genoveva correrá o sério risco de deixar a vida real passar ao largo.

No momento em que tem esse primeiro sonho, ela ainda não está preparada para confrontar a censura ao amor nascente por Oliveira. E é convencida por seu animus a se submeter ao juramento. Contudo, como também mostra o sonho, parte dela sabe que, se permanecer fiel ao finado e “valsar” com ele, será conduzida a um “mar sem praias”, ao deserto e à esterilidade. Esta é a mensagem do seu self (centro regulador da psique, responsável pelo desenvolvimento da personalidade), que entra em contradição com a mensagem do seu animus. A princípio, é a mensagem do seu animus negativo que Genoveva escuta. Ela interpreta o seu sonho como uma censura a que ela deve se submeter. “Ela cria em sonhos; tinha para si que eles eram avisos, consolações e castigos”. (http://www.uol.com.br/Machadodeassis). Possuída por esse animus, a reação de Genoveva em relação ao amor nascente por outro homem é defensiva: “Estava dito: acabaria com aquele princípio de qualquer coisa que Oliveira conseguira inspirar-lhe e tendia a crescer”. (http://www.uol.com.br/Machadodeassis).

Tivesse persistido com essa intenção, de não se casar outra vez, o seu sonho estaria, de fato, reforçando a sua atitude consciente. Contudo, Genoveva, já cônscia de seus sentimentos por Oliveira, termina por não resistir à corte do bacharel, e aceita o seu pedido de casamento. Mas ela ainda encontra-se dividida: é uma aceitação com receio. Ela pensa muito no juramento não cumprido e tem insônia. É quando vem a ter o segundo sonho, mais lúgubre que o primeiro – e com a ameaça de um castigo mortal, se ela, de fato, se casar outra vez.

O sonho dramatiza os receios e a divisão de Genoveva. Parte dela ainda se sente culpada por infidelidade. Como não cumprira o juramento, seu animus negativo, representado pelo finado marido, a condena ao Inferno. Oliveira comparece no sonho a tapar-lhe a boca, impedindo-a de responder ao finado. Ele representa a parte de Genoveva que se recusa ao juramento. Comparece como carrasco. Talvez por ser aquele

quem vai executar a sentença de morte da parte da viúva ainda fiel ao marido. Genoveva precisa libertar-se do seu animus negativo. Quando o carrasco desaparece, ela sente-se livre. Teria ele desaparecido, por já ter cumprido a execução? Daí a sensação de liberdade de Genoveva? Há sinais que apontam para esta interpretação: o vento assustador pára, as cobras repugnantes dispersam-se. Genoveva pode então ouvir a profecia do finado: “Morrerás se casares!”, e ter a seguinte reação: “Desapareceu tudo. Genoveva acordou; era dia. Ergueu-se trêmula; o susto foi passando, e mais tarde, ao cuidar do caso, dizia consigo: “São sonhos”. Casou e não morreu.” (http://www.uol.com.br/Machadodeassis).

Não mais possuída por seu animus negativo, Genoveva pode duvidar do significado imediato da profecia e se casar. No seu caso, o “semelhante” é curado com o “semelhante”.

Há ainda uma possibilidade de interpretação do sonho a ser considerada. Se entendermos a profecia de morte como se referindo à parte de Genoveva fiel ao finado marido, então temos que a profecia se cumpre, pois esta parte, de fato, morre quando Genoveva se casa com outro homem. Na verdade, na profecia pode-se entender tanto a censura ao casamento feita pelo animus negativo, quanto à sugestão do self de que Genoveva morra e renasça pelo casamento. E ainda que acredite não estar dando ouvidos aos seus sonhos, dessa vez, é a mensagem do self que Genoveva escuta. É pertinente acrescentar ao caso, o seguinte comentário de M. L. Von Franz:

A mulher deve buscar a coragem e a largueza de espírito interior capazes de lhe permitirem avaliar a inviolabilidade das suas convicções. Só então estará capacitada a aceitar sugestões do seu inconsciente, sobretudo as que contradizem opiniões do seu animus. Só então, repetimos, é que as manifestações do self hão de chegar a ela e fazê-la compreender conscientemente o seu sentido. (FRANZ, APUD JUNG,1977:195).

Os sonhos de Genoveva, ainda que aparentem não ser, são, de fato, compensatórios e constituem uma parte importante na caracterização psicológica da personagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É nossa esperança que este artigo tenha conseguido estabelecer a interdisciplinaridade entre os campos de estudos literários e junguianos. Já é relativamente considerável a bibliografia sobre Literatura e Psicanálise, mas o mesmo não se pode dizer a respeito de Literatura e Psicologia Analítica. Esperamos ter demonstrado que um tema recorrente na obra machadiana, o sonho, se oferece, de fato, como muito apropriado para ser lido à luz dos conceitos junguianos e que a Psicologia Analítica tem a contribuir, e muito, para a leitura de um autor psicológico como Machado de Assis. Em suma, é nossa esperança que este artigo possa contribuir para o estabelecimento de relações produtivas entre Literatura e Psicologia Analítica.

 

BIBLIOGRAFIA:

 

FREITAS, Luiz Alberto Pinheiro de. Freud e Machado de Assis. Rio de Janeiro: Mauad, 2001.

JUNG, Carl Gustav. Ab-Reação, Análise dos Sonhos e Transferência. (Obras Completas, vol. XVI/2) Petrópolis: Vozes, 1999.

__________ A Dinâmica do Inconsciente. (Obras Completas, vol. VIII) Petrópolis: Vozes, 1984.

_________ A Prática da Psicoterapia. (Obras Completas, vol. XVI/1) Petrópolis: Vozes, 1997.

_________ Freud e a Psicanálise. (Obras Completas, vol. IV) Petrópolis: Vozes, 1989.

__________O Espírito na Arte e na Ciência. (Obras Completas, vol. XV). Petrópolis: Vozes, 1985.

__________ O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977.

LEITE, Dante Moreira. Psicologia e Literatura. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1977.

MACHADO DE ASSIS, J. M. (1997) Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997, 3 v.

SILVEIRA, Nise da. Jung: Vida e Obra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

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